Hoje comprei uma nuvem.
Coloquei todas as minhas fotos,
vídeos, músicas e livros para não perder da memória.
Lá suspensas são leves e
impessoais. Não acumulam poeira, é verdade. Mas quem já tateou um bom livro e degustou
uma boa bolacha, sabe do que estou falando: não há tablet com tela ultra hd
que supere. O chiado no arranhar da agulha transcende as mídias pós-modernas.
Não me livro de nenhuma delas: enquanto as nuvens colaboram com a minha rinite
e aumentam meu acervo-virtual, óculos para uma velha edição daquele
indispensável livro e vitrola para aquele vinil que não se vende mais.