segunda-feira, 6 de junho de 2011

Recursos Humanos X Copa do Mundo



No país do improviso, estou rouco de escrever que a chance de desatar o nó das amarras de uma política retrógrada e de uma crise econômica que se anuncia de tempos em tempos, está baseada nos alicerces de um plano integrado nas esferas política e econômica a médio e longo prazo (considero aqui a educação, saúde, meio ambiente, inclusão social como compromissos políticos). Qual o planejamento de Nação independente dos interesses partidários que se alternam no poder? Quais as projeções educacionais para 2030? E os próximos passos após as bolsas assistencialistas? Os juros navegam por mares inquietos a cada reunião do Copom e novo pronunciamento do ministério da fazenda enquanto milhares de professores são humilhados dentro das salas de aula e a cada extrato bancário. Outros zilhares morrem sem assistência nos corredores dos hospitais públicos e outros tantos assassinados sem inquérito e lápide.
Quem já não se cansou de ouvir o comentário sobre as precárias condições de infraestrutura brasileira, a então celebre frase “imagina com a copa do mundo”. São aeroportos, estradas, ruas, rodovias, transporte público e tantas outras tragédias nacionais que vem sendo prorrogadas por décadas que tal evento mundial não passa de uma falsa esperança. É provável que os estádios estejam prontos aos 47 minutos do segundo tempo com o triplo do orçamento inicial e que a final no Maracanã será um espetáculo inesquecível – mesmo se o hexa ficar para 2018, porém, os recursos humanos e suas mentalidades, seus costumes e suas atitudes não mudam em 3 anos nem mesmo com toda a inédita boa vontade política. É preciso oferecer, em primeira instância, uma educação de qualidade para só a partir daí consolidar a liberdade de escolha sobre os mais diversos aspectos que vão desde a saúde pública (aborto, doação de órgão e tecidos e drogas) às questões de escolha política como voto obrigatório e, sobretudo, um melhor embasamento referente à escolha do mais qualificado representante político, diga-se de passagem, é esse engajamento que historicamente a classe política fez e faz questão de manter intacto.

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