A panela de pressão sempre prestes a explodir, ferve os
nervos e os grãos tão mais depressa do que suas irmãs. Vale o risco que se
corre? O vapor d’água no seu interior não se dissipa prontamente aumentando a
pressão, consequentemente a temperatura e cozinhando com a rapidez, talvez, de
2atm. O pino para controle da pressão chia como uma criança que ao chorar,
avisa que precisa de atenção íntima e urgente. O corpo não é meramente uma
máquina (apesar do coração-bomba), mas compartilha de lógica semelhante. Os
conflitos internos e motins externos pressionam tanto os neurônios que, sem um
escape (sem amor), poderiam explodir as fendas sinápticas e desfalecer o sugo
pensante no interior do crânio. A diferença é que na vida não há válvula de
segurança. Você está sempre em risco, uns se expõem mais do que outros, mas o
gosto da comida, no fim, é o mesmo: gosto de terra. Ferver mais rápido e correr
o risco ou caminhar calmo e paciente até esperar o ponto? Utensílio amado e
temido pelas donas de casas, pelos comilões e, por que não, pelos poetas. É
lata e metáfora para pensar a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário